Rui Paixão: “o espetáculo no NorteShopping vai ser uma atuação única”
A rua. É, desde sempre, a rua o palco onde Rui Paixão demonstra o seu amor e dedicação pela arte, pelo teatro, pelo clown – o despertar e o dar corpo ao palhaço que vive em cada um de nós!
Natural de Santa Maria da Feira, o artista foi o primeiro português a integrar o Cirque du Soleil como criador original, continuando a sua investigação sobre o futuro da Arte do Clown na contemporaneidade. No final deste ano, vai juntar-se novamente ao Cirque du Soleil numa nova criação em Hangzhou na China.
Para já, é possível vê-lo no dia 6 de setembro, às 21h00, na Praça Central do nosso Centro que servirá de palco ao espetáculo ARO, uma criação inédita do INAC, inspirada nas obras de Fernand Léger.
Até lá, fique com a nossa entrevista e conheça melhor Rui Paixão, o palhaço que o surpreenderá n’ “O Circo” do NorteShopping.
Como despertou para a arte de Clown?
Desde pequeno que me lembro de os meus pais me levarem ao circo. Desenvolvi esse amor muito cedo e, por volta dos 15 anos, decidi estudar teatro. Quando terminei a formação, percebi que o teatro não era bem aquilo que eu andava à procura e decidi estudar a rua. E foi precisamente na rua que surgiu o Clown. Não tenho formação na área. O espírito de palhaço surge em mim, em modo de rebeldia e, a partir dele, construí a minha própria interpretação de clown.
Qual a sensação de ser o primeiro palhaço a entrar no Cirque du Soleil?
É fenomenal. Isto surgiu quando eu estava a tentar perceber em mim o que é que era o clown. Tudo o que eu aprendi sobre essa arte, toda a inspiração, veio do Cirque du Soleil através, por exemplo, de vídeos que via no YouTube. Um dia decidi arriscar e fazer uma audição em Las Vegas, em 2015.
E, pelo que podemos constatar, correu bem.
Correu muito bem. A audição durou um dia inteiro e no final desse mesmo dia, sobraram cinco candidatos. Um deles era eu, para futuras criações da companhia.
Em que projetos se encontra de momento?
Neste momento, estou em fase terminal. Durante quatro anos, estive dedicado à investigação de Clown e teatro físico na rua. Viajei por toda a Europa em festivais e agora encontro-me a “matar” todos os meus projetos, para em novembro juntar-me, de novo, ao Cirque du Soleil.
Como está a ser a experiência de participar nesta criação única e exclusiva para o NorteShopping?
Esta é uma experiência super interessante, por não ser um sítio destinado a receber a arte do circo, especialmente a mais contemporânea, como esta que estamos a experimentar. Não é um circo comercial. Não temos o objetivo de entreter, mas dignificar a arte do circo e a nova geração que está a surgir em Portugal. Vai ser uma apresentação única, exclusiva e especialmente pensada para o NorteShopping.
Numa palavra, como define o espetáculo?
Provocação. O Fernand Léger tem uma visão em relação ao circo muito óbvia (cavalos, bicicletas, pessoas suspensas…) e o INAC, bem como esta criação, quer virar ao contrário esta noção de circo tradicional e provocar, tudo num lugar nunca antes experimentado.