Regressar ao trabalho sem stress
Pensar um passo à frente é uma forma inteligente de anteciparmos situações e planearmos como queremos reagir perante elas. Faz de nós cautelosos, responsáveis e sensatos na hora de agir. Mas, levado ao exagero, pode aumentar os níveis de preocupação e ansiedade com o futuro. No trabalho, ainda mais.
O mês de setembro, que marca o final das férias e o regresso às rotinas e ao trabalho, é portanto a altura certa para tentar novas abordagens. O trabalho não deve ser uma fonte de preocupações que leva todos os dias para casa e, se o é, está nas suas mãos transformar o copo meio vazio num copo meio cheio. Como? Temos algumas sugestões, que esperamos que possam ajudá-lo!
1. Eu sei, eu sei…
Sempre ouvimos dizer que o primeiro passo para resolver um problema é admitir que ele existe, certo? Pois aqui não é exceção. Se somos (ou estamos a ser) aquele tipo de pessoa que planeia conversas inteiras, que espera determinada reação dos outros e planeia tudo ao milímetro, é importante ganharmos consciência plena disso. Quando o fazemos? Por que razão? O que ganhamos com isso? E, essencialmente, o que perdemos?
2. Rédea curta
Antecipar cenários prepara-nos para reagirmos de forma mais ponderada quando somos confrontados com situações que podiam ser inesperadas, mas nunca deve atormentar-nos. Um bom truque para saber até onde deve ir é limitar-se a três questões por assunto: o que vai acontecer na melhor das hipóteses, o que vai acontecer na pior das hipóteses, o que é mais provável de acontecer? Pensar no pior cenário possível parece ser negativo, mas pode funcionar ao contrário por nos fazer perceber que até assim conseguiríamos arranjar uma solução.
3. Domingo sabe de cor o que vai dizer segunda-feira
Nada lhe correria bem se não planeasse até à exaustão? Bem, experimente! A sensação de largar (um bocadinho) o leme é assustadora para quem gosta de ter tudo sob a sua alçada, mas a ideia de que prever situações lhe dá controlo sobre elas é uma ilusão. Por isso, vá tentando deixar as coisas acontecerem sem as antecipar tanto – e talvez se surpreenda com bons resultados!
4. I got the power
As coisas só têm em nós o poder que nós mesmos lhes damos. É por isso que, se o trabalho ocupar a maior parte da sua vida (quer em termos de tempo, quer em termos psicológicos e emocionais), ele vai conseguir abalá-lo mais facilmente. É suposto termos brio no que fazemos e querermos apresentar bons resultados, claro, mas nem por isso devemos deixar que um problema no escritório nos estrague o resto do dia.
5. Dormir sobre o assunto
Começar a meditar é uma excelente opção para quem tem dificuldade em desligar-se dos problemas, mas há muitas pessoas que sentem que não são capazes ou que nem sequer têm interesse em meditar. A verdade é que a meditação é essencial e, talvez por isso, natural em nós: “dormir é a melhor meditação”. Quem o diz não somos nós, é Dalai Lama. Se o mestre do judaísmo tibetano o diz, quem somos nós para duvidar! Invista por isso em boas noites de sono, de pelo menos sete horas, num ambiente tranquilo e seguro.
6. Conhaque é conhaque
Mantenha relações saudáveis com pessoas que não trabalhem consigo e, de preferência, nem sequer na sua área (as conversas terão que passar por outros temas e, estando fora do horário de trabalho, é de desligar que precisamos). E a falta de tempo não é desculpa, porque 30 minutos ao final do dia chegam para beber um café ou até um copo em boa companhia.
7. Ponha-se a andar
O exercício físico é a chave de ouro para problemas de ansiedade e este não é exceção. Não é preciso ser em grande quantidade e não é imperativo ser um desporto propriamente dito. Se não é adepto de ginásios nem de corrida, porque não troca simplesmente o carro ou os transportes por uma boa caminhada? Use esse tempo para se abstrair de pensamentos negativos, deixando-se apenas observar aquilo que o rodeia.
8. Tome uma atitude
Passamos demasiado tempo à procura de solução perfeita (quando, na maioria das vezes, ela nem existe) para cada problema e acabamos por, frequentemente, criar um novo dilema: ainda não termos feito nada na prática para o resolver. Reduza a lista de passos a um ou dois, que não devem ser perfeitos, mas sim rápidos. Ainda que sejam pequenas atitudes, já constituem avanços, e agir vai fazê-lo sentir-se menos congelado.