O olhar de José de Guimarães sob o Circo

José de Guimarães é um dos artistas contemporâneos representado na exposição do nosso Centro: “O Circo de Fernand Léger”. Conheça-o melhor aqui!

Nasceu em Guimarães, no ano de 1939, com o nome José Maria Fernandes Marques. Mas cedo, com 22 anos, adotou o pseudónimo de José de Guimarães, em alusão à sua (e à de todos os portugueses) cidade berço. Foi com esse nome que ficou reconhecido como um dos mais galardoados artistas plásticos nacionais.

Aos 17 anos, rumou a Lisboa para estudar Engenharia Civil na Universidade Técnica. Em paralelo com a licenciatura, José de Guimarães despertou para a vida artística nos finais dos anos 1950. Fez cursos de pintura, de desenho e de gravura, começando progressivamente a adotar a arte por inteiro. Anos depois, entre 1961 e 1966, viajou pela Europa, onde conheceu de perto a obra de grandes mestres da História de Arte, como Rubens.

O serviço militar obrigatório fez com que fizesse escala em Angola por um período de sete anos. Outras viagens, outros destinos, outras culturas, de África à China ou do México ao Japão, inspiraram-no na busca de uma linguagem universal a que juntou um universo imaginário muito próprio que sempre imprimiu na sua obra. Os elementos africanos, bem como a alusão à Pop Art e ao Fauvismo estão assim justificados, numa versatilidade artística além fronteiras.

A exuberância cromática da Pop Art, marcada pela arte vernácula africana e pelo fervor no uso das cores passionais, num diálogo entre o humor e o drama da vida humana, marcam as suas composições que assumem o nome de séries: “Reis”, “Os Amantes”, “O Pintor e o Modelo”, “Os Desportos” ou “O Circo” são facilmente identificadas com o artista, que tem uma assinatura muito própria na arte contemporânea.

E é precisamente na série “O Circo” que José de Guimarães se protagoniza como um dos artistas portugueses que interpretou e fez soar a arte circense como uma manifestação artística potentemente homenageada na arte visual. Além da pintura, recorreu à escultura para enfatizar as cores e interpretar o equilíbrio e a dimensão humana dos artistas de circo no espetáculo, tendo como base de inspiração a série Saltimbancos de José Almada Negreiros.

 

Uma arte que passou das telas e das esculturas para a escrita, sendo o autor da letra da canção “O Circo veio à Cidade”, de Resende Dias, juntamente com os intérpretes Luís Rocha, Manuel Morais, Manuel e Maria e Rafael Monteiro.

É um pouco de todo este mundo artístico do vimaranense que pode apreciar na nossa Zona de Destaque, na Praça Central, ao lado da exposição do mestre francês Fernand Léger, numa simbiose artística única e imperdível.

Visite-a até 20 de setembro! Para saber mais sobre este evento recheado de espírito circense, leia este artigo!

Até já!

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