Mário Laginha: “Gosto da imprevisibilidade de um concerto”

Mais de 100 pessoas juntaram-se no Silo – Espaço Cultural para ouvir o incontornável Mário Laginha ao piano. Música, sorrisos e palmas foram os ingredientes-chave deste segundo concerto dos Jazz Moments.

Uma plateia cheia. Uma luz de fundo e um piano. E Mário Laginha, sentado, concentrado e levado pela música que os seus dedos criavam através das teclas pretas e brancas do seu piano de cauda. Era hora de concerto no Silo – Espaço Cultural do nosso Centro.

Horas antes, pelo final da tarde, o cenário era outro. A plateia encontrava-se ainda vazia, mas Mário Laginha entregava-se já à sua música, apesar da ausência de público. Era hora do ensaio, altura para limar arestas, afinar o piano e testar a acústica. Entre um e outro sorriso, acedeu ao nosso pedido de entrevista. Numa conversa informal, afirmou: “Em vez de ser intérprete, escolhi ser compositor, músico e improvisador por gostar muito da liberdade e do inesperado. Gosto de escolher o caminho que quero dar ao concerto”.

Fast forward para a noite. O relógio marcava as 21h30 quando todas as 60 cadeiras já estavam ocupadas e muitas outras pessoas esperavam de pé por Mário Laginha, que se sentou ao piano logo de seguida, para o que se viria a revelar um concerto inesquecível num cenário também ele único, criado pelo arquitecto Souto de Moura. “Comecei a tocar piano aos cinco anos. Depois, na rebeldia da adolescência, fui deixando este instrumento de parte. Aprendi guitarra e fui atleta de competição em ginástica. Aos 18 anos, liguei a televisão e ouvi Keith Jarrett ao piano. Desde desse momento soube que era isso que queria fazer”.

Mexiam-se os pés ao som do ritmo, as palmas agradeciam o talento e, quando o concerto terminou, músico e público abandonaram o espaço e as luzes se apagaram, ainda havia a intensidade da música de Mário Laginha no ar. Um momento para recordar, tal como a nossa entrevista, que pode ver aqui.

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