Quando escolhes ter um treinador e não corres pela medalha de ouro

… “se há dois anos a preocupação era a pronação, para garantir estabilidade na corrida, hoje em dia a preocupação é saber quem é o melhor osteopata!”

Treinar corrida não se trata apenas de correr. Podemos, e devemos ter um treino orientado mesmo que não sejamos a Dulce Félix. Já me habituei a ouvir, sempre que comento algo sobre o meu treino ou sobre o meu treinador, bem isso agora é mesmo a sério!, mas tens treinador? És federada?. Não! Sou só uma mulher que corre habitualmente e gosta de se superar, garantido o bem-estar e uma boa recuperação.

Voltando um pouco atrás, em miúda pratiquei atletismo, natação e fui federada em orientação. Tinha os meus 12 anos treinava, por iniciativa dos apoios ao desporto escolar, duas vezes por semana com outras crianças da minha idade. Mais tarde fui para desporto, mas acabei pode me dedicar à área de comunicação e deixei de treinar completamente.

Quando, há cerca de dois anos, decidi que queria retomar os meus treinos regulares, pela minha saúde e condição física e mental, comecei a correr uma a duas vezes por semana. Era bom, mas não notava grande evolução. Creio que muita gente se identifica com esse facto, corre-se com regularidade, mas chega-se a um momento que não se evolui mais e muitas vezes deixa-se os treinos de parte e volta-se para o sofá.

No meu caso, encontrei na prática do Trail uma motivação para treinar com mais dedicação e empenho. Numa fase inicial comecei por fazer os meus próprios treinos de força, a correr com mais frequência e a questionar mais sobre alimentação. A corrida de montanha exigia bastante de mim e desejava chegar ao fim com mais fôlego e pernas, para retomar o meu dia-a-dia de trabalho com normalidade. Percebi nessa altura a importância de ter um treinador.

Trabalhamos, temos família e queremos treinar, então há que procurar treinar com qualidade e eficácia. A corrida até pode ser uma moda para muita gente, mas acredito que só deixará de ser porque a maior parte das pessoas abandona esta modalidade por causa das lesões. Nunca se falou tanto de isquiotibiais, fascites, tendinites. Se há dois anos a preocupação era a pronação, para garantir estabilidade na corrida, hoje em dia a preocupação é saber quem é o melhor osteopata!

A corrida pode ser um desporto ao alcance de todos, mas não basta ir à internet e fazer o download de um plano de treinos. Cada individuo tem as suas necessidades, limites e caraterísticas. Há que procurar sair da nossa zona de conforto com consciência. Com um treino orientado não estamos livres de lesões, mas podemos evitar grande parte.

Bons treinos!