A alimentação na gravidez

Longe vai o tempo em que gravidez era sinónimo de “comer por dois”. Nesta fase específica da vida da mulher que é a gravidez, as indicações são para a adoção de um estilo de vida saudável em que o exercício e uma alimentação variada seguem obrigatoriamente lado a lado.

É de extrema importância ter consciência que a escolha dos alimentos corretos é essencial para garantir o aporte de nutrientes adequado à grávida e ao seu bebé. O melhor conselho é diversificar a escolha dos alimentos e fazer do prato uma verdadeira paleta de cores. Basta pensar que quanto mais variada for a escolha dos alimentos, maior é a probabilidade de conseguir ingerir os nutrientes necessários.

Para facilitar o controlo do peso e outros problemas igualmente importantes como o risco de diabetes e de hipertensão, a grávida deve ingerir 6 a 7 refeições por dia evitando assim os grandes períodos de jejum que provocam grandes oscilações na concentração de açúcar no sangue.

Tão importante como a escolha dos alimentos é garantir uma boa hidratação. Um dos problemas que afeta uma grande parte das grávidas é a prisão de ventre e uma boa hidratação ajuda a manter o trânsito intestinal. Além disso, obrigando os rins a funcionar, são eliminados uma grande parte dos líquidos que de outra forma causariam o tão incomodo inchaço. Uma terceira razão para beber muitos líquidos é que desta forma os músculos ficam mais hidratados, e assim relaxados, e sendo o útero um órgão essencialmente composto por músculo, as contrações ao longo da gravidez diminuem. De uma forma simples, devemos seguir como guia a nova Roda dos Alimentos que transmite as orientações para uma Alimentação Saudável, ou seja, uma alimentação completa, equilibrada e variada. Comer alimentos de cada grupo, beber 1,5l/ 2l de água diariamente, ingerir uma maior quantidade dos alimentos que pertencem aos grupos de maior dimensão e variar na escolha dos alimentos dentro de cada grupo, diariamente ou semanalmente dando preferência aos alimentos de cada época.

A preferência deve recair sobre cereais integrais, gorduras saudáveis como azeite, nozes, abacate e peixes gordos, legumes e fruta da época, preferencialmente biológicos (mais ricos em nutrientes), proteínas animais, carnes brancas, peixes gordos e ovos, proteínas vegetais, lentilhas, castanhas, feijão, grão, amêndoas. Leite meio gordo ou magro é mais aconselhado pelo facto de ter menos gordura saturada que o leite completo e igual quantidade de proteína e cálcio.

Durante a gravidez é ainda mais importante evitar as carnes vermelhas, gorduras trans e produtos refinados. Por outro lado, sabemos a elevada importância de nutrientes como o ácido fólico, presente nos vegetais verdes, laranja, ovo, produtos lácteos fermentados, cereais e feijão, do ferro presente nos espinafres, agrião, ovo, feijão, ervilhas, ou do iodo presente nos produtos do mar e sal iodado. O magnésio presente na banana, abacate, nozes ou sementes de sésamo, ajuda a controlar a atividade muscular e consequentemente diminuir cãibras e contrações.