Albert Watson: “Gosto de fotografias que sejam fortes e memoráveis”

É um dos 20 fotógrafos mais influentes do mundo e “Kaos” é a exposição que pode ver, até 31 de agosto, nas duas praças centrais do NorteShopping. Saiba, na primeira pessoa, como começou a carreira do escocês Albert Watson, há quase 50 anos. Desde as fotografias caseiras com família e amigos, até à primeira sessão com uma celebridade, o realizador Alfred Hitchcock.

 

Como começou o seu gosto por fotografia?
Estudei design gráfico na Duncan of Jordanstone College of Art and Design e fotografia era uma das cadeiras desse curso. Comecei a fotografar sem pensar que isso poderia ser mesmo uma profissão.

Lembra-se da primeira fotografia que tirou?
Sim, no início fotografava com uma câmara caseira a minha família e os meus amigos. Foi essa a a primeira ligação que tive com a fotografia.

O que deve ter uma boa fotografia?
Pessoalmente gosto muito de fotografias que sejam fortes e memoráveis, que façam recordar mais tarde um momento, uma situação, uma pessoa…

Como descreve o seu método de trabalho?
Basicamente procuro a espontaneidade numa fotografia mas ao mesmo tempo exijo uma certa preparação. Tento evitar qualquer situação inesperada, que me apanhe desprevenido, e é por isso faço sempre uma pesquisa profunda antes de cada sessão. Pesquiso os gostos das pessoas que vão ser fotografadas, desde as flores ao café favorito, passando pela música ambiente. Nenhum pormenor é esquecido e tudo é antecipado com bastante rigor. A organização é uma das minhas directrizes, um dos meus métodos.

Qual é a maior diferença entre fotografar um anónimo e uma celebridade?
Para fotografar um anónimo não é necessária tanta preparação, é tudo mais espontâneo. No caso de uma celebridade preciso de mais pesquisa para conhecer os traços da sua personalidade, de forma a poder fazer melhor o meu trabalho. No entanto, tenho de estar sempre preparado para fazer ambos.

De todos as celebridades que já fotografou consegue escolher uma?
Todas foram importantes para mim, cada uma à sua maneira, mas talvez o retrato ao Alfred Hitchcock me tenha marcado mais [a fotografia foi capa da revista “Harper’s Bazaar” e o realizador foi o primeiro famoso que Albert Watson fotografou]. Eu era muito jovem naquela altura, em 1973, e foi um momento muito especial ter conseguido captá-lo com aquela expressão, a segurar num ganso.

 

Watson-Hitchcock

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