2 exposições a não perder este fim de semana no nosso Silo

Alexandre Tomás e João Sarmento são os dois artistas portugueses que dão vida a duas novas exposições no Silo – Espaço Cultural, no nosso Centro.

Arrancou oficialmente a segunda temporada da programação cultural do espaço Silo, com a exposição “Sintinela, o que falta desta noite?” de João Sarmento e uma instalação de Alexandre Tomás, intitulada “Três esforços para definir o princípio da lonjura”, que pode ver até dia 7 de outubro.

No piso superior, será apresentada a instalação de Alexandre Tomás composta por três elementos verticais de grande dimensão, em argila, que estabelecem um diálogo entre si e se relacionam, em simultâneo, com o pé direito de 15 metros do próprio espaço.

A exposição de João Sarmento no piso inferior é composta por três grupos de trabalho, com objetos escultóricos em madeira, conjugada com outros materiais.

Estivemos à conversa com Alexandre Tomás e com o curador Nuno Malheiro Sarmento, que responde por João Sarmento, com o consentimento com o artista.

Conte-nos como foi o processo criativo para fazer nascer esta exposição?

Alexandre Tomás: Esta instalação surgiu-me logo tal como é, o que dentro do meu processo criativo é uma indicação muito precisa de que será necessário materializá-la, para que ao mesmo tempo que os problemas técnicos e logísticos vão surgindo, os problemas conceptuais e as questões sem resposta que geraram os objetos, ganhem realidade passível de ser percorrida. As peças que constituem esta instalação foram feitas em parceria: duas delas com um oleiro de Barcelos; e a terceira em parceria com a SKREI, empresa de arquitetura e construção, num primeiro momento nas instalações deste escritório, e seguidamente foi necessário  terminar a peça no próprio local da exposição (Silo-Espaço Cultural), onde se encontra atualmente exposta até dia 7 de Outubro.

Nuno Malheiro Sarmento: O trabalho é uma ferramenta que serve para tornar o mundo real legível para o mundo interior, e o mundo interior percecionável pelos sentidos. Este processo resulta do apuramento dos sentidos voltados para o mundo e o exercício de caminhar como uma unidade pelas realidades do espírito, sondando o desconhecido com hipóteses.

Existe algum significado por detrás dos materiais usados?

AT: Os materiais usados foram essencialmente o saibro e o barro. Era importante que estas chaminés fossem modeladas num material socialmente associado a algo pobre e rústico, mas ao mesmo tempo com tanto valor histórico e importância no quotidiano da humanidade.

Pela sua presença e características formais e simbólicas, esta instalação pode suscitar questões sobre a relação entre o conhecido e o desconhecido; a forma como o finito pode estar contido no infinito; de que forma a diversidade cria uma totalidade; ou experimentar que indicações ou sugestões sensíveis os objetos nos criam quando estamos diante deles.

NMS: Os materiais usados são madeira, metal e breu (massa negra). A decisão da escolha de um material está dependente de uma conciliação de fatores, como a temperatura,  a cor, a textura, o peso, a opacidade e a transparência, compatibilidade ou contraste com outros materiais constituintes e a adequação técnica à realidade do trabalho.

 

 

 

 

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